Arraiada

(Reynaldo Bessa)

Amanheceu amanheceu agora eu vou 
Amanheceu amanheceu agora eu vou 
Que já bateu esse clarão 
Iluminando iluminando o casarão 
Rasgando o tecido da escuridão 
Rasgando o tecido da escuridão 
Amanheceu amanheceu agora eu vou 
Amanheceu amanheceu agora eu vou 
Que o galo cantou lá no quintal 
Não te neguei não te deixei eu fui o tal 
Deixando de lado o que era ilegal 
Deixando de lado o que era ilegal 
Vai ver esse sol que vem vindo 
Abrindo o azul do céu 
Com o azul do teu olhar 
Abrindo o azul do céu 
Com o azul do teu olhar 
Vai clareando as ruas desertas 
Que aos poucos são transitadas por gente modesta 
Cigarro chapéu de couro um bizarro suor na testa 
Cigarro chapéu de couro um bizarro suor na testa 
Amanheceu amanheceu agora eu vou
Amanheceu amanheceu agora eu vou 
Que já bateu esse clarão 
Iluminando iluminando o casarão 
Rasgando o tecido da escuridão 
Rasgando o tecido da escuridão 
Vai ver esse sol que vem vindo 
Abrindo o azul do céu 
Com o azul do teu olhar 
Abrindo o azul do céu 
Com o azul do teu olhar 
Que agora vai pra roça e já sabe o que te espera 
Muito trabalho abre-se portas e janelas 
É manhã no arraial... 
Lampiões se apagando nas tabernas bate e boca 
Tomando uma e outra pra começar 
Tomando uma e outra pra começar 
Rua deserta não há mais 
Passa o homem e mulher e o rapaz 
E lá vem a boiada, 
Chegou a arraiada... 
É manhã no arraial...