Naquele tempo

(Pixinguinha, Benedito Lacerda e Reginaldo Bessa)

Às vezes a sonhar
Me vejo num portão
Vestindo calça curta
Com um brinquedo em cada mão
Lembranças tão distantes vem então me visitar
Meu pensamento voa a outro tempo, outro lugar
Onde criança um dia eu fui
Como esse meu guri
Correndo atrás da pipa
Revivendo o que eu vivi
E algo lá no fundo diz que eu nunca saberei
Se o mundo mudou mais do que eu mudei

A ironia da vida é que toda criança só pensa um dia crescer
E sonha em fazer o que bem entender
Mal sabe que a vida tem caminhos tortuosos
Que nem sempre serão tão maravilhosos
Como aquele faz-de-conta de um mundo que a gente constrói
Com borracha e lápis de cor
Sentindo o sabor da primeira paixão