Anabela

(Mario Gil e Paulo César Pinheiro)

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no porto de vila velha
vi anabela chegar
olho de chama de vela
cabelo de velejar
pele de fruta cabocla
com a boca de cambucá
seios de agulha de bússola
na trilha do meu olhar

fui ancorando nela
naquela ponta de mar

no pano do meu veleiro
veio anabela deitar
vento eriçava o meu pelo
queimava em mim seu olhar
seu corpo de tempestade
rodou meu corpo no ar
com mãos de rodamoinho
fez o meu barco afundar

eu que pensei que fazia
daquele ventre meu cais
só percebi meu naufrágio
quando era tarde demais

vi anabela partindo
pra não voltar nunca mais