Corra o risco

(Olívia Byington e Geraldo Carneiro)

Ouça doces lábios da cigana
Você se engana
É tão difícil ver na frente
Com o seu medo

Durante o dia, se você deita,
Pela janela, o inimigo espreita,
Você estremece
Mas fica mudo de horror,
E treme de pavor

Durante a noite, é diferente
Tá tudo escuro!
Se você pensa no futuro
Cai no sono
E no seu sonho, subitamente,
A cama feita
O inimigo espreita,
Você estremece
Mas fica mudo de horror
E treme de pavor

No outro dia, o mesmo medo
A mesma hora,
A solidão vem desde cedo
E devora

Não adianta, ela não passa
Qualquer que seja
A reza que você faça
Porque, no fundo
Você não pode suportar
A hora de arriscar