Memória da pele

(João Bosco e Waly Salomão)

Eu já esqueci você, tento crer

Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer

Sugo sempre, busco sempre a sonhar em vão

Cor vermelha, carne da sua boca, coração

Eu já esqueci você tento crer

Seu nome, sua cara, seu jeito, seu odor

Sua casa, sua cama, sua carne, seu suor

Eu pertenço à raça da pedra dura

Quando enfim juro que esqueci

Quem se lembra de você em mim, em mim

Não sou eu, sofro e sei

Não sou eu, finjo que não sei, não sou eu

Sonho bocas que murmuram

Tranço em pernas que procuram, enfim...

Não sou eu, sofro e sei

Quem se lembra de você em mim, eu sei, eu sei...

Bate é na memória da minha pele

Bate é no sangue que bombeia na minha veia

Bate é no sangue que borbulhava na sua taça

E que borbulha agora na taça da minha cabeça