Barco das três

(Luhli e Gilvandro Filho)

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Três da tarde
E o barco volta só
Não há marolas no caminho
Já se foi o pior
O tempo que em vão perdi
O sonho que acabou
Reduzo em mim a calmaria
Com ventos tropicais
Empresto então a harmonia
Dos meus ais

Empresto a harmonia
Dos meus ais

Três da tarde
As velas recolhi
Contive brumas de verão
Sargaços que engoli
Ao longo da arrebentação
Um abraço furta-cor
Um beijo denso como o mar
Presente da sereia
Que encontrei a me esperar
Já na areia

Presente da sereia
Que encontrei a me esperar
Na areia

Outra tarde, sempre assim
Passei a vida a navegar
Os mares todos percorri
Achei um porto em alto-mar
Cravei a âncora e desci
Mas não fiquei por lá

Três da tarde
É quase o mesmo mar
Estou de novo a me perder
E há tanto pra encontrar
A calmaria e o temporal
Tudo pra se domar
De novo o leme e a mesma nau
Um mapa sem valor
E a aventura de viver
Recomeçou

E a aventura de viver, afinal
Recomeçou