Lá vai a Ná na nave pra lá

(Ná Ozzetti, Dante Ozzetti e Itamar Assumpção)

A nave já esta de partida
dez minutos para a despedida
mando um cartão postal de Netuno
outro quando pousar em Saturno
e la nave vá pro infinito
cem mil quilômetros por minuto
talvez eu pare lá em Urano
descansar bem longe dos humanos

Vou bem pra lá do Sol alem da velocidade da luz
partindo da Terra tal qual o Diabo foge da cruz
lá pra onde ninguém jamais crucificou Jesus
nem deixou um irmão comer nas mãos de uns urubus
não jogou Joana D'Arc no fogo em nome de Deus
onde sempre acreditou-se no que disse Galileu
lugar que sabiá de peito amarelo canta blues
não existe automóvel nem existe ônibus
vou bem pra lá do Sol alem da velocidade da luz
em lugar de breu a gente vê muitas luzes azuis
não cometem crimes, violências, não existe um réu
não se vê ninguém jogado na sarjeta nem ao leu
não tem guerra não tem caça não tem briga nem quartel
nem fumaça nem carcaça porem vinho Kiwi e mel

Vou pra longe do mal, pra distante de quem usa capuz
sumindo da terra deixando tudo nas mãos dos Vodus
indo pro Divino onde tudo que ha lá se traduz
em cristais, em céu lilás, em arco-íris e própolis
lá também tem carnaval uma coisa que me seduz
etecétera e tal o Electra lá também só faz jus
sem nenhum arranhão e mais sem nem se quer ter cicatriz
outra coisa de lá e que só ha uma diretriz
por isso se expande não existe qualquer vida infeliz
tudo lá funciona de Kabut a Megalópolis
nunca se ouviu falar de feras ou doença xis
e pra terminar tem bem mais que é sempre ser feliz
digo pra sempre nada de viver por um triz
lá eternamente se canta e se pede bis


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