Anuário

(Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro)

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Entra janeiro
No meu calendário
Com as mesmas máscaras
De fevereiro
Sinto que março vai passar ligeiro
Que a morte espera
Em cada aniversário
Maio eu não sei
Mas é em geral contrário
Junho é o mês mais triste
Do ano inteiro
Que ainda leva julho ao desespero
E faz agosto todo funerário
Setembro sempre
Me encontrou solteiro
Depois outubro amor involuntário
E o tédio triste
De um novembro ordeiro
Mas vem dezembro
E eu fecho o meu diário
E quando eu penso
Que acabou o roteiro
Entra janeiro no meu calendário
Com as mesmas máscaras
De fevereiro

Voz: Alda Rezende
Violão: Sérgio Santos
Tamborim e surdo: Décio Ramos
Pandeiro, djembê e repinique: Serginho Silva